quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Malavita - Tonino Benacquista

O que dizer deste livro...
Vejamos... Há pontos muito, muito bons, e alguns relativamente cansativos, levemente maçantes, mas que em momento algum fazem deste livro um livro chato.

O pai, mafioso,  que, pego pelos federais, foi obrigado a delatar os grandes de sua 'família', acaba obrigando toda a família (esposa e filhos) a mudar suas vidas, sob novas identidades, em um novo lugar.
E, ainda que precisem de discrição, cada um age de maneiras, relativamente,  inusitadas, fazendo as coisas ao seu bel prazer.

O livro é divertido, direto e sem enrolações.
O pai, considerado um zero à esquerda pelos filhos e pela esposa, traz dilemas interessantes,  fazendo consigo um diálogo às vezes bastante profundo.

Fazendo várias alusões ao mundo da máfia,  levando o leitor a entrar neste mundo e pensar como um mafioso, o autor faz um trabalho excepcional,  não deixando pontas soltas e, ainda, provocando a vontade do leitor a querer saber mais desta família, mais sobre a máfia e os que vivem nela ou dela.

A escrita é bastante agradável,  com um texto cheio de expressões e sacadas irônicas,  que fazem a graça da história,  sem ser pedante ou jocoso demais.

Os poucos momentos em que senti vontade de deixar a leitura de lado se resumem à monólogos extensos demais de cada um dos personagens.

Afinal, como é ser banido,  perder sua identidade e sua vida? Qual o tamanho do conflito gerado por tudo isso?

E, assim, nestes momentos, há algumas inflexões e reflexões que se excedem, mas que não tornam o livro ruim. De maneira alguma.

Foi adaptado para o cinema como A Família,  tendo como protagonistas os veteranos Robert De Niro e Michelle Pffeifer.

Recomendo a leitura.
Nota 9,5!

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